Já era tarde e estava quase anoitecendo
naquela cidadezinha do interior. Os moradores já se recolhiam em suas casas.
Pais chegavam do trabalho e as mães preparavam deliciosos jantares. Filhos,
travessos por natureza, faziam festa e recebiam alegres seus pais no portão.
Algo corriqueiro naquela pequena cidade.
Depois daquele longo dia de trabalho e
estudos, todos estavam cansados. No tempinho de folga, as famílias se reuniam
em torno daquele objeto mágico. Objeto este que fazia os olhos brilharem e
tornava o ambiente mais claro. Trazia as mais diversas formas de emoção.
Ressaltava a alegria, dava uma pitada de amor e finalizava com uma boa dose de
felicidade.
O dia se encerrava diante daquele objeto
mágico e todos iam dormir. Aquele objeto funcionava como uma anestesia para os
problemas. Diante dele, todos, por um momento, renunciavam aos problemas
cotidianos.
No outro dia, a rotina voltava e tudo se
repetia rigorosamente igual.
Naquela cidade, havia uma família, muito
humilde, que não tinham o tal objeto mágico. O pai trabalhava em uma pequena
empresa e ganhava o suficiente para sustentar sua mulher e seus dois filhos.
Era um casal, uma menininha de uns dez ou onze anos e um garotinho com seus, sei
lá, seis anos. A mãe trabalhava em casa e fazia tudo para sua família.
Mesmo não tendo o tal objeto mágico e
por isso sendo privada das emoções que por ele eram transmitidas, aquela família era realmente
diferente. Havia um brilho no olhar indescritível, algo como a lua cheia que
resplandecia naquela noite.
E todos se perguntavam o motivo da
felicidade daquela família. Questionavam-se o porquê daquele sorriso tão
sincero, sendo que não tinham quase nada, sem sequer tinham um objeto mágico.
Ninguém entendia.
O tempo foi passando e já era dezembro.
O tempo sublime do Natal contagiava aquela cidadezinha. Luzes se espalharam
pela praça central. Todos estavam no clima natalício.
A igreja voltava a ter mais fieis. O
tempo do advento era tido como obrigação para muitos daquela cidade. Mães
diziam aos seus filhos para irem à missa em todos os domingos do advento, pois
se não o Papai Noel não iria os presentear.
A igreja se enchia de fieis, dava até
gosto de ver tantas pessoas procurando a Deus.
O padre, um senhorzinho já de idade, que
desde a sua ordenação estava lá naquela igreja e viu crianças se tornarem
jovens, os jovens adultos e viu o nascimento de muitas famílias. Realizou
praticamente todos os casamentos
daqueles cidadãos. Se enchia de alegria por ver a sua igreja lotada naquele
tempo, mas a alegria se contrastava com a tristeza. Tristeza por saber que logo
após o Natal a sua igreja iria ficas vazia novamente, salvaguarda aquela
família humilde (lembra-se dela?) e algumas poucas senhoras que iam lá todo dia.
As missas de domingo eram lindas. Era
maravilhoso poder presenciar o milagre eucarístico diante dos olhos, mas nem
todos aproveitavam esse momento com Deus. Vez ou outra os cidadãos iam à missa.
Mas freqüentemente mesmo só aquela singela família.
O padre entendia e muito a alegria
deles. Sabia qual era o verdadeiro motivo de tal alegria e tinha certeza que
Deus agia a todo momento na vida de cada um deles.
Um dia, o pai foi ao encontro do padre
para ter uma conversa, nada de importante, apenas uma conversa de amigos.
Conversa vai e conversa vem naquele
banco da praça e o padre disse a sua profunda angustia com os moradores da
cidade, dizia não entender o porquê de ter tão poucos fiéis nas missas de
domingo. Dizia também a alegria de ver os verdadeiros fiéis que iam adorar
Jesus sempre. O pai e toda a sua família enchiam o coração do padre de
esperança.
Voltando pra casa, aquele homem ficou
refletindo sobre a sua conversa com o padre. E tentava arrumar uma solução para
essa situação que tanto incomodava aquele senhorzinho.
Chegando em casa, beijou sua esposa e se
dirigiu ao quarto de seus filhos. Foi de mansinho e viu que eles estavam
cochichando algo. Curioso que era, resolveu ouvir. Os filhos estavam rezando.
Uma oração tão doce e tão pura que uma lágrima escorreu no rosto daquele homem.
Ali, atrás da porta, resolveu agir e mostrar a alegria de ser um cristão
verdadeiro.
Começou devagar, primeiro foi com sua
família visitar os seus vizinhos, pessoas mais abastardas, tinham três objetos
mágicos em casa.
Foi conversando e mostrando o porquê da
alegria de todos da sua família. Mostrou o sorriso cativante de seus filhos,
que estavam no quintal brincando. Provou que a sua alegria era uma só. Uma
única e verdadeira alegria, era Deus!
Conforme iam conversando, os objetos
mágicos iam sendo desligados e a luz intensa de Jesus começava a brilhar no
coração daquela família. Quando saíram daquela casa, o anfitrião disse a alegre
família: “Foi o melhor presente de Natal que já recebi em toda a minha vida!
Muito obrigado!”.
Com um sorriso reluzente, se despediram
e cada qual entrou em sua residência.
E assim, naquele tempo de Natal, aquela
família foi mostrando ainda mais o verdadeiro amor de Deus!
Natava-se naquela cidade um brilho
diferente, sorrisos mais sinceros e mais cativantes.
Em pouco tempo a boa nova do evangelho
foi sendo transmitida a todos!
E pode-se ver que aquele pequeno gesto
de evangelização daquele humilde família teve um significativo resultado.
E os domingos do advento ficaram no
tempo e já era Natal, festa lindíssima do nascimento do nosso Senhor Jesus
Cristo. Todos foram à missa naquela noite e celebraram com grande alegria!
O coração do padre estava cheio de
alegria e ele pensou: “Se o meu coração está nessa alegria, imagina o coração
do meu querido e amado Deus?”.
O carinho, a amizade e o amor voltaram a
reinar nas casas.
A partir daquele Natal tudo se
transformou. O pequeno gesto de evangelização resultou em um bem incalculável!
Já era tarde e estava quase anoitecendo
naquela cidadezinha do interior. Os moradores já se recolhiam em suas casas.
Pais chegavam do trabalho e as mães preparavam deliciosos jantares. Filhos,
travessos por natureza, faziam festa e recebiam alegres seus pais no portão.
Algo corriqueiro naquela pequena cidade.
Mas agora, o amor reinava ainda mais! O
objeto mágico não trazia as velhas emoções. O que trazia emoções eram as
conversas de família, o amor dos pais para com os filhos.
O pai chegava e brincava com seus
filhos. A esposa conversava e aumentava ainda mais o seu amor por seu esposo.
Simples gestos mudam vidas e eu aprendi
que o amor de Deus não é mágico, é real. E desde que aquela família veio me
visitar, dou mais atenção aos que me rodeiam e percebi que o amor reina onde
Deus está! Se Deus é trocado por objetos mágicos, que supostamente trazem
felicidade, o amor fica em segundo plano. Deus agora é prioridade na minha
vida!
Eu, um jovem sem sentido algum na vida,
pude descobrir o amor incondicional de deus por mim. Aquele Natal foi uma
grande festa! A grande festa da transformação e restauração da minha vida!
E você que lê essas minhas palavras,
abra-se para o grande amor do nosso Deus.
Não se esqueça, Jesus disse: “Ide e
fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)
A exemplo daquela família que transformou
a minha vida, que tal ir e anunciar essa alegria verdadeira que emana do alto?
Existem pessoas que precisam conhecer Deus e você é a pessoa certa para levar
esse puro amor até os seus corações!
Conto ficticio escrito por Wender Batista Pereira
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