domingo, 23 de dezembro de 2012

A festa da transformação e restauração



Já era tarde e estava quase anoitecendo naquela cidadezinha do interior. Os moradores já se recolhiam em suas casas. Pais chegavam do trabalho e as mães preparavam deliciosos jantares. Filhos, travessos por natureza, faziam festa e recebiam alegres seus pais no portão. Algo corriqueiro naquela pequena cidade.
Depois daquele longo dia de trabalho e estudos, todos estavam cansados. No tempinho de folga, as famílias se reuniam em torno daquele objeto mágico. Objeto este que fazia os olhos brilharem e tornava o ambiente mais claro. Trazia as mais diversas formas de emoção. Ressaltava a alegria, dava uma pitada de amor e finalizava com uma boa dose de felicidade.

O dia se encerrava diante daquele objeto mágico e todos iam dormir. Aquele objeto funcionava como uma anestesia para os problemas. Diante dele, todos, por um momento, renunciavam aos problemas cotidianos.
No outro dia, a rotina voltava e tudo se repetia rigorosamente igual.
Naquela cidade, havia uma família, muito humilde, que não tinham o tal objeto mágico. O pai trabalhava em uma pequena empresa e ganhava o suficiente para sustentar sua mulher e seus dois filhos. Era um casal, uma menininha de uns dez ou onze anos e um garotinho com seus, sei lá, seis anos. A mãe trabalhava em casa e fazia tudo para sua família.
Mesmo não tendo o tal objeto mágico e por isso sendo privada das emoções que por ele eram  transmitidas, aquela família era realmente diferente. Havia um brilho no olhar indescritível, algo como a lua cheia que resplandecia naquela noite.
E todos se perguntavam o motivo da felicidade daquela família. Questionavam-se o porquê daquele sorriso tão sincero, sendo que não tinham quase nada, sem sequer tinham um objeto mágico. Ninguém entendia.
O tempo foi passando e já era dezembro. O tempo sublime do Natal contagiava aquela cidadezinha. Luzes se espalharam pela praça central. Todos estavam no clima natalício.
A igreja voltava a ter mais fieis. O tempo do advento era tido como obrigação para muitos daquela cidade. Mães diziam aos seus filhos para irem à missa em todos os domingos do advento, pois se não o Papai Noel não iria os presentear.
A igreja se enchia de fieis, dava até gosto de ver tantas pessoas procurando a Deus.
O padre, um senhorzinho já de idade, que desde a sua ordenação estava lá naquela igreja e viu crianças se tornarem jovens, os jovens adultos e viu o nascimento de muitas famílias. Realizou praticamente  todos os casamentos daqueles cidadãos. Se enchia de alegria por ver a sua igreja lotada naquele tempo, mas a alegria se contrastava com a tristeza. Tristeza por saber que logo após o Natal a sua igreja iria ficas vazia novamente, salvaguarda aquela família humilde (lembra-se dela?) e algumas poucas senhoras que iam lá todo dia.
As missas de domingo eram lindas. Era maravilhoso poder presenciar o milagre eucarístico diante dos olhos, mas nem todos aproveitavam esse momento com Deus. Vez ou outra os cidadãos iam à missa. Mas freqüentemente mesmo só aquela singela família.
O padre entendia e muito a alegria deles. Sabia qual era o verdadeiro motivo de tal alegria e tinha certeza que Deus agia a todo momento na vida de cada um deles.
Um dia, o pai foi ao encontro do padre para ter uma conversa, nada de importante, apenas uma conversa de amigos.
Conversa vai e conversa vem naquele banco da praça e o padre disse a sua profunda angustia com os moradores da cidade, dizia não entender o porquê de ter tão poucos fiéis nas missas de domingo. Dizia também a alegria de ver os verdadeiros fiéis que iam adorar Jesus sempre. O pai e toda a sua família enchiam o coração do padre de esperança.
Voltando pra casa, aquele homem ficou refletindo sobre a sua conversa com o padre. E tentava arrumar uma solução para essa situação que tanto incomodava aquele senhorzinho.
 Chegando em casa, beijou sua esposa e se dirigiu ao quarto de seus filhos. Foi de mansinho e viu que eles estavam cochichando algo. Curioso que era, resolveu ouvir. Os filhos estavam rezando. Uma oração tão doce e tão pura que uma lágrima escorreu no rosto daquele homem. Ali, atrás da porta, resolveu agir e mostrar a alegria de ser um cristão verdadeiro.
Começou devagar, primeiro foi com sua família visitar os seus vizinhos, pessoas mais abastardas, tinham três objetos mágicos em casa.
Foi conversando e mostrando o porquê da alegria de todos da sua família. Mostrou o sorriso cativante de seus filhos, que estavam no quintal brincando. Provou que a sua alegria era uma só. Uma única e verdadeira alegria, era Deus!
Conforme iam conversando, os objetos mágicos iam sendo desligados e a luz intensa de Jesus começava a brilhar no coração daquela família. Quando saíram daquela casa, o anfitrião disse a alegre família: “Foi o melhor presente de Natal que já recebi em toda a minha vida! Muito obrigado!”.
Com um sorriso reluzente, se despediram e cada qual entrou em sua residência.
E assim, naquele tempo de Natal, aquela família foi mostrando ainda mais o verdadeiro amor de Deus!
Natava-se naquela cidade um brilho diferente, sorrisos mais sinceros e mais cativantes.
Em pouco tempo a boa nova do evangelho foi sendo transmitida a todos!
E pode-se ver que aquele pequeno gesto de evangelização daquele humilde família teve um significativo resultado.
E os domingos do advento ficaram no tempo e já era Natal, festa lindíssima do nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Todos foram à missa naquela noite e celebraram com grande alegria!
O coração do padre estava cheio de alegria e ele pensou: “Se o meu coração está nessa alegria, imagina o coração do meu querido e amado Deus?”.
O carinho, a amizade e o amor voltaram a reinar nas casas.
A partir daquele Natal tudo se transformou. O pequeno gesto de evangelização resultou em um bem incalculável!
Já era tarde e estava quase anoitecendo naquela cidadezinha do interior. Os moradores já se recolhiam em suas casas. Pais chegavam do trabalho e as mães preparavam deliciosos jantares. Filhos, travessos por natureza, faziam festa e recebiam alegres seus pais no portão. Algo corriqueiro naquela pequena cidade.
Mas agora, o amor reinava ainda mais! O objeto mágico não trazia as velhas emoções. O que trazia emoções eram as conversas de família, o amor dos pais para com os filhos.
O pai chegava e brincava com seus filhos. A esposa conversava e aumentava ainda mais o seu amor por seu esposo.
Simples gestos mudam vidas e eu aprendi que o amor de Deus não é mágico, é real. E desde que aquela família veio me visitar, dou mais atenção aos que me rodeiam e percebi que o amor reina onde Deus está! Se Deus é trocado por objetos mágicos, que supostamente trazem felicidade, o amor fica em segundo plano. Deus agora é prioridade na minha vida!
Eu, um jovem sem sentido algum na vida, pude descobrir o amor incondicional de deus por mim. Aquele Natal foi uma grande festa! A grande festa da transformação e restauração da minha vida!
E você que lê essas minhas palavras, abra-se para o grande amor do nosso Deus.
Não se esqueça, Jesus disse: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)
A exemplo daquela família que transformou a minha vida, que tal ir e anunciar essa alegria verdadeira que emana do alto? Existem pessoas que precisam conhecer Deus e você é a pessoa certa para levar esse puro amor até os seus corações!

Conto ficticio escrito por Wender Batista Pereira

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