terça-feira, 24 de maio de 2011

Amar com corpo, espírito e coração

O homem é um ser corpóreo. Apesar de estarmos representados pela matéria, o corpo não é um objeto entre outros objetos. Pelo contrário, o corpo é uma palavra, uma manifestação física e material, do mundo espiritual e mental. Tudo o que pensamos reflete, inevitavelmente, em nosso corpo e tudo o que sentimos é também fisicamente manifesto na nossa aparência. Por isso que devemos ser muito cuidadosos, tendo uma grande consciência de tudo o que pensamos e sentimos sobre nós mesmos e sobre os outros.

Aqueles que estão imersos em uma consciência espiritual e proporcionam harmonia, luz e compreensão do mundo, geralmente apresentam olhares atraentes, saudáveis, e sua presença transmite paz, no entanto, todos aqueles que se machucam em pensamentos e através de ações, geralmente apresentam uma aparência desagradável que é apenas um reflexo do seu coração.
João Paulo II diz: “Seu corpo esteja a serviço do seu eu interior, os seus gestos, seus olhos, são sempre um reflexo de sua alma.”A adoração do corpo? De novo não! A depreciação do corpo? Nenhum dos dois. Domínio do corpo! Sim!”
É aqui onde devemos parar para refletir, na maneira que a natureza, sabiamente, determina que o corpo seja apenas um reflexo do que temos dentro de nós, e então nossos mais profundos segredos seriam revelados a partir de nossa aparência.
Pense em um aluno, em um atleta que quer colocar todas as suas energias a serviço dos seus respectivos ideais. Pense num pai ou numa mãe, cujo rosto inclinado sobre a criança reflete com profundidade as alegrias da paternidade e da maternidade. Pense o músico ou o ator, que se identifica com os personagens que trazem à vida. Olhe para o sacerdote, seminarista, consagrada, radicalmente entregue à contemplação e à meditação, deixando transluzir Deus através de seu rosto.
Toda nossa dignidade consiste, pois, no pensamento: “trabalhemos portanto para pensar bem.” Lembre-se que cada um de nós vale o que vale o nosso coração, diz o Beato João Paulo II. Toda a história da humanidade se resume na necessidade de amar e ser amado.
O coração é a abertura de todo o ser à existência dos outros, a capacidade de conhecer para compreendê-los. E uma sensibilidade assim, verdadeira e profunda, torna-nos vulneráveis, deve ser por isso que alguns são tentados a se livrar desta sensibilidade endurecendo-se.
O amar é, essencialmente, dar-se aos outros. Longe de ser um amor instintivo, é uma decisão consciente de ir até os outros. Para amar verdadeiramente é preciso desprender-se de muitas coisas, e sobretudo de si mesmo, dar-se gratuitamente, amar até o final. Esse despojamento de si, trabalho a longo prazo, é desgastante e emocionante. É uma fonte de equilíbrio. É o segredo da felicidade.

Fonte: Destrave

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